CAMINHO DA ENERGIA

Hábitos como ligar a geladeira, assistir à televisão e carregar o celular somente são possíveis quando os processos de geração, transmissão, distribuição e consumo da energia elétrica funcionam!

Entender como funciona o caminho da energia elétrica é um dos primeiros passos para poder participar da gestão desse recurso. Conheça o passo a passo do caminho da energia elétrica até chegar aonde nós precisamos.

Geração

A energia elétrica pode ser produzida por diversas fontes: hidrelétrica, eólica, solar, entre outras. Essas fontes podem ser consideradas como renováveis e não renováveis. As usinas geradoras estão presentes nos quatro cantos do Brasil e são responsáveis por colocar a energia no sistema.

Transmissão

São as linhas de transmissão que transportam a energia elétrica gerada nas usinas até as distribuidoras.

A corrente elétrica que passa pelas linhas de transmissão está em alta tensão ou ultra alta tensão. Próximas às usinas geradoras, há as subestações de energia elevatórias (também chamadas de estações conversoras), que elevam a tensão da corrente elétrica para que a energia possa “viajar” por longas distâncias, nos grossos cabos das linhas de transmissão.

O caminho final das linhas de transmissão se encontra nas subestações de energia rebaixadoras. Essas estruturas são responsáveis por rebaixar a tensão através dos transformadores. O rebaixamento da tensão acontece para que a energia elétrica consiga passar na rede de distribuição de energia.

Distribuição

O caminho da energia elétrica não para por aí. A energia segue pelas redes de distribuição até chegar aos transformadores de distribuição, instalados nos postes de rua.

Aí sim, a energia chega na tensão que precisamos para consumir: 110 ou 220 volts, dependendo do local do país.

Consumo

Já na sua voltagem para consumo, a eletricidade chega onde e quando mais precisamos: residências, hospitais, escolas, mercado, entre outros. O consumo da energia elétrica é medido através dos conhecidos “relógio de luz”.

Vamos entender um pouco mais sobre energia elétrica?

Respirar, falar, correr e pular são exemplos de atividades que requerem energia. Segundo o dicionário, “energia é a capacidade de um sistema de realizar um trabalho”. A palavra “trabalho” vem do grego “ergos” e quer dizer força em ação! Podemos dizer que energia é a capacidade de executar um trabalho ou uma ação.

Você sabia que existem várias formas de energia disponíveis na natureza?

A ciência nos diz que a energia não surge do nada e não pode ser destruída. Ela só pode ser transformada em uma outra forma de energia.

A possibilidade de transformação de energia é o que permite a produção de eletricidade, também chamada de energia elétrica.

Há várias formas de transformar a energia - da forma como ela está presente na natureza - em energia elétrica, seja por fontes renováveis ou não renováveis.

Fontes renováveis de energia

A força do sol, dos ventos e das águas dos rios são fontes renováveis de energia, ou seja, sem possibilidade de esgotar.

Chamamos essas fontes de energia de solar, eólica e hidráulica, respectivamente.

Fontes não renováveis de energia

Os processos naturais para formar carvão mineral, gás natural, petróleo e urânio podem chegar a milhões de anos! Essas fontes são chamadas de não renováveis pois o tempo que leva para se formarem é muito maior que o tempo de vida do seres humanos no Terra. Por não serem renováveis, os estoques destas fontes poderão se esgotar à medida que as consumimos.

O gás natural, o carvão e o petróleo são utilizados como combustíveis para as usinas termelétricas, que geram energia elétrica através da sua queima.

A energia nuclear gera a energia elétrica a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido (o urânio é um mineral).

O uso de fontes de energia não renovável é responsável por grandes prejuízos à atmosfera da Terra, aumentando em grande escala a emissão de gases de efeito estufa.

Fique ligado

No Brasil, existem termelétricas que utilizam biomassa como combustível para geração de energia. A biomassa é um material constituído por substâncias de origem vegetal, animal ou de microrganismos. Em nosso país é muito comum a biomassa formada por bagaço da cana de açúcar. A geração de energia por biomassa, além de permitir o reaproveitamento de resíduos da produção da cana, é menos poluente do que outras fontes de energia, como as decorrentes da queima de combustíveis fósseis.

Você sabe o que é matriz elétrica?

Muitas pessoas confundem a matriz energética com a matriz elétrica do país. E a diferença é sutil mesmo.

A matriz energética é o conjunto de fontes de energia disponíveis para movimentar os carros e transportar cargas (gasolina, diesel, álcool), preparar a comida no fogão (GLP, gás natural), e ligar os equipamentos elétricos em casa, no comércio e nas indústrias (energia elétrica).

Enquanto que a matriz elétrica é formada pelo conjunto de fontes disponíveis apenas para gerar energia elétrica.

Assim ficou fácil entender que a matriz elétrica é uma parte da matriz energética!

Veja só como são diferentes a matriz energética e a matriz elétrica do Brasil.

Matriz elétrica

Matriz energética brasileira

Fonte: Empresa de Pesquisa Energética, Balanço Energético Nacional (2017)

Vemos que o Brasil possui uma matriz energética em que a maioria da energia foi produzida a partir de fontes não renováveis. Em 2017, o petróleo e seus derivados foram a fonte mais utilizada (36,4%). O gás natural ficou com a segunda colocação (com 13%), e a fonte hidráulica, em terceiro lugar (com 12%).

A matriz elétrica brasileira apresenta um cenário completamente diferente! As fontes renováveis representaram 80% da eletricidade gerada no país em 2017. Aqui, a fonte hidráulica ficou em primeiro lugar, liderando com 65,3%. O gás natural também ficou em segundo lugar (com 10,5%), e a biomassa em terceiro (com 8,2%). Vale lembrar que a presença da energia eólica e solar vem crescendo muito na matriz elétrica nos últimos anos.

A participação de renováveis na matriz energética brasileira se manteve entre as mais elevadas do mundo.

E as Linhas de Transmissão nessa história?

As linhas de transmissão são constituídas de altas torres e um conjunto de cabos que permitem transportar de forma segura e eficaz grande quantidade de eletricidade das usinas geradoras até as proximidades dos centros consumidores.

A Linha de Transmissão (LT) 800 kV Corrente Contínua (CC) Xingu-Estreito da BMTE possui mais de 2.000 km de extensão e atravessa os estados do Pará, Tocantins, Goiás e Minas Gerais.

Para que uma linha de transmissão de energia possa funcionar com segurança, deve ser instituída uma faixa de servidão administrativa ao longo da sua extensão. A faixa de servidão é uma área de uso restrito necessária para segurança operacional da linha de transmissão e das pessoas. Por isso, existem restrições para uso e ocupação dessa área.

A faixa de servidão da Linha de Transmissão 800 kV Xingu – Estreito possui de 100 a 110 metros de largura, enquanto as linhas associadas ao eletrodo de terra, por apresentarem uma tensão menor, possuem apenas 10 metros de largura.

Saiba o que pode e não pode ser feito na faixa de servidão administrativa:

  • Cultivar plantações de porte pequeno, como soja, milho, mandioca, feijão, abacaxi, café e hortaliças.
  • Utilizar sistema de irrigação localizado de pequeno porte, desde que aterrado ou com tubulação não metálica.
  • Instalar cercas de arames e porteiras, desde que aterradas.

  • Transitar com veículos, equipamentos, a pé.
  • Pastagens e culturas de baixa biomassa.
  • Construir benfeitorias de qualquer tipo, como casas, galpões, chiqueiros, estábulos, estufas, reservatórios.
  • Realizar plantio de árvores de espécies de grande porte, como eucalipto, pinus, teca e seringueira.
  • Realizar plantio de árvores frutíferas de grande porte como manga, jaca e abacate.
  • Cultivar culturas sujeitas à queimada como cana-de-açúcar, capins colonião, mombaça ou elefante.
  • Utilizar aviões para aplicação de fertilizantes ou pesticidas, helicóptero ou drones.
  • Implantar instalações elétricas ou mecânicas, como sistema de irrigação com pivô central.
  • Implantar pátios de estacionamentos ou de armazenamento, de qualquer tipo.

O estabelecimento da faixa de servidão, na maioria dos casos, não acarreta em perda de propriedade, uma vez que a restrição de uso ocorre apenas na faixa de servidão. O proprietário permanece com a posse do imóvel e com o título das terras, mas passa a ter a restrição de uso na faixa, tendo que permitir acesso às equipes responsáveis pela manutenção da Linha de Transmissão. Por isso, para instituição da faixa de servidão, o proprietário recebe uma indenização e deve respeitar as normas de segurança, contribuindo no processo de transmissão da energia elétrica.